terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sem chão.


Hoje acordei sem saber se vivi ou se sonhei, era tudo tão real...
mas era sonho a real é que ela me deixou eu não sei mais o que fazer estou aqui e ela se foi, nem deu tempo de me despedir e sempre me fica a pergunta de
“onde ela esta?”
Será que esta bem? num lugar azul talvez o que posso fazer para isso sarar em mim, é muito estranho ter alguém e depois não ter mais presente em nenhum lugar desse mundo, será que um dia ainda vou entender isso?
Hoje chorei quando não encontrei nenhuma foto dela, quase não acreditei, “tem que esta em algum lugar”! Entre tantas idas e vindas, algumas se perdeu por ai e ainda dizem que fotos são p/ sempre, triste engano nosso.
Ela foi tudo que tive de mais importante durante muito tempo da minha. De um jeito tão singelo passou seu amor p/ mim. Quando já não tinha espaço pequena foi, onde a
vida ha cabia apertada, em um canto qualquer se acomodava. Tudo que tenho me vem dela, minha vida meus traços. Eu estava em paz com ela, no seu aconchego, só de esta perto já era suficiente. Ha como queria meu tempo de volta, não sei se ela sabia o quanto era importante. A palavra mãe é muito forte, e ela foi isso p/ mim.
Desde a primeira vez que descobri a morte, tinha medo do dia em que ela levaria minha mamãe, as vezes chorava escondida sem nem mesmo entender direito. Agora entendo porque algumas pessoas dizem que a infância é a melhor fase da vida, “a gente tem a mãe da gente”, sou filha unica da minha avó, eterna mamãe, essa palavra dói tanto era tão bom chamar assim agora nem isso mais eu posso, é desesperador pensar nisso, o coração dói, é inexplicável. Minha vontade é gritar por ela.
Agora não sou mais criança, mas ainda não entendo tudo que deveria entender. Nesse pensamento me vem a frase: “Uma pessoa comum pensa apenas como passar o tempo, uma pessoa inteligente tenta usar o tempo” isso é fato já fui comum um dia.
Vejo um pouco dela em todos da família, tento juntar todos esses pedacinho, mas não é suficiente para ser ela. Termino esse pequeno texto dizendo:
“De todo o amor que eu tenho metade foi o que me deu,
salvando minha alma da vida sorrindo e fazendo meu eu.
Se queres partir ir embora, me olha da onde estiver.
A vida que chamo de minha, mamãe te encontro na fé,
Me mostra um caminho agora, um jeito de estar sem vc
O apego não quer ir embora, te acho nos meus sonhos.
Oh meu pai do céu, limpe tudo ai, vai chegar a rainha precisando dormir quando ela chegar tu me faça um favor de um manto a ela?”
Saudades eternas, espero um dia nos encontrar-mos, felizes e sem medo do amanhã.
Obs: Algumas coisas aqui escritas foram pedaços e partes influenciadas pelas letras de musicas da Maria Gadú (Espero que ela não se importe) rsrsrs

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

"Janeiro"


Chuva-janeiro, verão-janeiro, mortes-janeiros, tragédia Rio de Janeiro 2011...
O nome já anuncia bem alto e claro a tragédia; riu correndo montanhas abaixo no mês de janeiro levando junto com ele sonhos, casas, vidas e muitos casos tudo que restava a alguém. Choro, dor no coração e na alma, cinza, tudo cinza. Fico indignada que as vozes finjo que não acredito, ouso a notícia de que estão levando os corpos em um caminhão, me vem a pergunta: de quem foi a culpa?!
Sensação estranha de não poder fazer muita coisa, sentimento pelos que se foram e esperança para os que ficaram é o que sinto no momento.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Ano novo...


Vida nova, objetivos novos, post novo rsrsrs.....
Como é estranho a sensação de final de ano, as pessoas ficam mais sensíveis, mais simpáticas enfim... estranhos! Sem contar também a sensação estranha que sinto bem perto da 00:00, uma certa ansiedade do ano acabar logo e começar tudo de novo, porém no mesmo instante um medo de ter deixado algo sem fazer, coisas para concluir e à poucos minutos do novo ano uma vontade enorme de falar _Calma! dá um tempo, você não pode acabar agora, ainda não estou preparada.
Se as coisas fossem assim, acho que não sairíamos de 2010 só para ter certeza que 2012 não chegará # tenso...
No mais, sobre todas essas coisas no dia 3 de janeiro já me conformei com o novo ano que passa por mim e já tenho expectativas a serem cumpridas, 2011 "vai ser o ano", onde projetos vão se realizar e sonhos se concretizar, nada vai me segurar!


A Passagem do Ano (por Carlos Drummond de Andrade).

“O último dia do ano não é o último dia do tempo.

Outros dias virão e novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.

Beijarás bocas, rasgarás papéis, farás viagens e tantas celebrações de aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com sinfonia e coral, que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor, os irreparáveis uivos do lobo, na solidão.

O último dia do tempo não é o último dia de tudo.

Fica sempre uma franja de vida onde se sentam dois homens.

Um homem e seu contrário, uma mulher e seu pé, um corpo e sua memória, um olhar e seu brilho, uma voz e seu eco, e quem sabe até se Deus…

Recebe com simplicidade este presente do acaso.

Mereceste viver mais um ano.

Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.

Teu pai morreu, teu avô também.

Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras espreitam a morte, mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo, e de copo na mão esperas amanhecer.

O recurso de se embriagar.

O recurso da dança e do grito, o recurso da bola colorida, o recurso de Kant e da poesia, todos eles…e nenhum resolve.

Surge a manhã de um novo ano.

As coisas estão limpas, ordenadas.

O corpo gasta, renova-se em espuma.

Todos os sentidos alerta funcionam.

A boca está comendo vida.

A boca está entupida de vida.

A vida escorre da boca, lambuza as mãos, a calçada.

A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.”


Desejo a todos os amigos uma energia positiva, para que o ano seja maravilhoso para todos também.

by, Tata *-*